SENZALAS E QUILOMBOS

Como sempre falo a ideia deste blog é abrasileirar mais a mim e a outros brasileiros e antes de eu escrever sobre uma senzala ou um quilombo específico eu preciso dar uma breve explanação o que foram as Senzalas e o que foram os Quilombos. Então, vamos ao que interessa.


"Senzala" se originou do termo quimbundo sanzala através de dissimilação. A origem do termo é africana, valendo o mesmo que "morada", "habitação". É termo conhecido desde a segunda metade do século XVI. As senzalas eram grandes alojamentos que se destinavam à moradia dos escravos nos engenhos e fazendas do Brasil colônia e do Império do Brasil entre os séculos XVI e XIX.

Era o que Joaquim Nabuco dizia ser "o grande pombal negro". Sempre, em sua frente, havia um grande tronco com uma corda para enforcar e surrar escravos, chamado de pelourinho. Como os escravos eram considerados pelos seus senhores como amaldiçoados por Deus e seres sem alma, os donos de fazenda achavam-se no direito de castigá-los pois acreditavam que, fazendo isso, ganhariam uma bênção de Deus. Além de, com isso, colocar medo nos escravos, já que todos os castigos eram feitos em frente de todos os habitantes da senzala. As senzalas tinham grandes janelas com grandes grades e seus moradores só saíam de lá para trabalhar, apanhar e ir à missa. Os escravos praticamente sempre dormiam em palha ou em chão duro de terra batida. Os homens viviam separados das mulheres e das crianças.

Elas existiram durante toda a fase de escravidão (entre os séculos XVI e XIX) e eram construídas dentro da unidade de produção (engenho, mina de ouro e fazenda de café). As senzalas eram galpões de porte médio ou grande em que os escravos passavam a noite. Muitas vezes, os escravos eram acorrentados dentro das senzalas para se evitar as fugas. Costumavam ser rústicas, abafadas (possuíam poucas janelas) e desconfortáveis. Eram construções muito simples feitas geralmente de madeira e barro e não possuíam divisórias

Algumas fazendas do interior do Brasil preservaram estas senzalas, que, hoje, são visitadas como pontos turísticos. Elas mostram um aspecto muito importante da história do país: a crueldade com que os africanos foram tratados durante séculos no Brasil. Atualmente, algumas antigas fazendas de café situadas na Região Sudeste do Brasil ainda conservam senzalas que podem ser visitadas por turistas. No Vale do Paraíba, há numerosas sedes de propriedades rurais utilizadas para a filmagem de telenovelas, sobretudo nos municípios fluminenses de Vassouras, Valença e Cantagalo.

Já os quilombos constituíram-se em locais de refúgio dos escravos africanos e afrodescendentes em todo o continente americano. Eram entendidos pelo Conselho Ultramarino do governo português em 1740 como todo "agrupamento de negros fugidos que passe de cinco, ainda que não tenham ranchos levantados em parte despovoada nem se achem pilões neles". A definição antropológica da Associação Brasileira de Antropologia de 1989 para esse agrupamento é: toda comunidade negra rural que agrupe descendentes de escravos, vivendo de cultura de subsistência e onde as manifestações culturais têm forte vínculo com o passado.

No Brasil, abrigavam também minorias indígenas e brancas. Ao longo da América, tinham diversas denominações: Cimarrones em algumas partes da América espanhola; Palenques em Cuba (1677, 1785 e 1793) e Colômbia (1600); Maroons na Jamaica (1685) e Suriname (1685 com a fuga do seu fundador); marrons no Haiti (1665, independente em 1804); Cumbes na Venezuela (1552, 1763, 1765) (CARVALHO, 1996); quilombos e mocambos no Brasil.

Os escravos fugiam das fazendas entre os séculos XVI e XIX, e se abrigavam nos quilombos para se defenderem da escravidão e resgatarem a cosmovisão africana e os laços de família perdidos com a escravização. Neles, existiam manifestações religiosas e lúdicas, como a música e a dança. O mais famoso deles na história do Brasil foi o de Palmares. Denominam-se "quilombolas" os habitantes dos quilombos. Atualmente, as comunidades quilombolas passam por um processo de reconhecimento legal de sua existência por parte dos governos nacionais e das organizações internacionais.

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